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sábado, 2 de janeiro de 2010

Um poema de Sylvia Beirute - O Movimento das Células






















O MOVIMENTO DAS CÉLULAS

depois fechamos os olhos. descobrimos que
a substância do verso não forma uma linha,
que o seu conjunto se assemelha
à representação de quiasmas. e então
falamos de células e da sua divisão marítima,
ouvimos, ali ao lado, alguém dizer, com a
autoridade de um LOBO:
{primeiro procuramos a solução,
depois sonhamos o problema}.
o certo é que vamos demasiado longe,
demasiado longe para a mesma certeza,
até que nos tornamos amovíveis.
de noite, cansados e sem a responsabilidade
moral de escrever um poema, e
sem mais precisarmos
de distorcer instantes na cidade subtil,
pensamos no silêncio.
{criar muita poesia é criar muito silêncio}, dizes.

Sylvia Beirute
inédito

firenze, 3 de dezembro de 2009

4 comentários:

  1. {criar muita poesia é criar muito silêncio}

    Gostei muitíssimo da força do que li por aqui...
    Belíssimo trabalho!
    Abraço!

    ResponderEliminar
  2. Seu blog é tudo de bom!
    Obrigada por me seguir!
    Se gostar, tenho outra morada: www.fragmentostodosmeus.blogspot.com

    abraço!

    ResponderEliminar
  3. A poesia revela o indizível. É linguagem primordial. Ela nao só " cria muito silêncio ",
    ela tem origem na capacidade de se saber ouvir esse silêncio.

    Luís costa ( htp://oarcoealira.blogspot.com/

    ResponderEliminar