UMBIGO
eram coisas pouco óbvias : usos pessoais complementares,
fernandos pessoas que ligavam
com a continuação de lugares
que desejavam ser e não chegavam ao fim
porque sem a aptidão dos inícios.
nunca lhes serei visível : a fábula dos deuses tem raízes.
nunca os verei : na fábula de mim tenho derrotas desiguais.
no dilúvio de ar e armistício passaram-se meses e verbos
intransitivos e intransitáveis, e,
quando alguém chegava com a clareza vegetal
de uma palavra pura a fim de nomear horizontes
e desfazer poemas,
eu despenhava o caroço da alma
com um estigma de desejo que me sabia :
{encantar a sabedoria do mundo
no lugar móbil do umbigo.}
Sylvia Beirute
inédito
Gostei do poema. Diferente.
ResponderEliminarManoel de Barros, excelente leitura!
Devias publicar para termos o prazer de grifar as passagens mais inquietantes.
ResponderEliminarcomo sempre ...a sutileza se faz presente ...!
ResponderEliminaradorei...!
sylvia,
ResponderEliminarestava com saudade de ler seus poemas.
tentei entrar nos blogs algumas vezes e nào consegui.
que bom que a porta dessa casa, em beirute, abriu-se também para mim.
muita inspiração em sua vida.
abração do
roberto.
muito bom, sylvia! mesmo.
ResponderEliminarPassar por aqui permite marcas de leveza ao sair...
ResponderEliminarParabéns!
Abraço!
em beirute não há umbigos
ResponderEliminarapenas redemoinhos
de vento no centro do ventre
e lá dentro
palavras, só palavras escondidas na retina
do olho que nus espreita.
não há umbigos em beirute
apenas palavras sussurradas para dentro do mar
Farojando-lhe a poesia
e o baixo relevo que as palavras na cute
deixam