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domingo, 10 de janeiro de 2010

Um poema de Sylvia Beirute - Umbigo




























UMBIGO

eram coisas pouco óbvias : usos pessoais complementares,
fernandos pessoas que ligavam
com a continuação de lugares
que desejavam ser e não chegavam ao fim
porque sem a aptidão dos inícios.
nunca lhes serei visível : a fábula dos deuses tem raízes.
nunca os verei : na fábula de mim tenho derrotas desiguais.
no dilúvio de ar e armistício passaram-se meses e verbos
intransitivos e intransitáveis, e,
quando alguém chegava com a clareza vegetal
de uma palavra pura a fim de nomear horizontes
e desfazer poemas,
eu despenhava o caroço da alma
com um estigma de desejo que me sabia :
{encantar a sabedoria do mundo
no lugar móbil do umbigo.}

Sylvia Beirute
inédito

7 comentários:

  1. Gostei do poema. Diferente.

    Manoel de Barros, excelente leitura!

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  2. Devias publicar para termos o prazer de grifar as passagens mais inquietantes.

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  3. como sempre ...a sutileza se faz presente ...!
    adorei...!

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  4. sylvia,
    estava com saudade de ler seus poemas.
    tentei entrar nos blogs algumas vezes e nào consegui.
    que bom que a porta dessa casa, em beirute, abriu-se também para mim.
    muita inspiração em sua vida.
    abração do
    roberto.

    ResponderEliminar
  5. Passar por aqui permite marcas de leveza ao sair...

    Parabéns!

    Abraço!

    ResponderEliminar
  6. em beirute não há umbigos
    apenas redemoinhos
    de vento no centro do ventre
    e lá dentro
    palavras, só palavras escondidas na retina
    do olho que nus espreita.
    não há umbigos em beirute
    apenas palavras sussurradas para dentro do mar
    Farojando-lhe a poesia
    e o baixo relevo que as palavras na cute
    deixam

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