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sábado, 5 de junho de 2010

Um poema de Sylvia Beirute - Um cabelo à noite

























UM CABELO À NOITE

um cabelo à noite o amor.
os seus filhos nascem de binóculos.
ninguém morrerá dele.
ninguém morrerá dele apesar
do caroço de luz indissociável
de sua síntese efémera.
e vemo-lo no parque, pela cosmovisão
do sonâmbulo, no transe do bom, de uma
contradição consciente.
o amor, existindo também na beleza
exterior das coisas, é biodegradável no
interior de um corpo de erros.
e ninguém morrerá dele.
ninguém morre com um rosto futuro.

Sylvia Beirute
inédito

13 comentários:

  1. Belissimo são tantas as metáforas que fico viajando em cada letra. Realmente um colírio aos olhos.
    Feliz domingo

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  2. Belo poema, Sylvia!

    Nele, grandes verdades.

    Amor e/ou falta de.... não mata. O importante é o amar a si.

    Parabéns,

    Beijos

    Mirze

    ResponderEliminar
  3. inédito mesmo.....

    Beijão flor, ótimo domingo!
    Segue este meu outro blog da escola?
    http://oxes3.blogspot.com/

    ResponderEliminar
  4. Hermético.
    Mas com o sedução própria das coisas que não se adivinham facilmente.

    Abraços,

    ResponderEliminar
  5. "ninguém morre com um rosto futuro"

    mt forte isto.

    ResponderEliminar
  6. o amor não devia morrer - nem matar. teus poemas tem uma força que impressionam, sylvia. bjo.

    ResponderEliminar
  7. encanto, encontro em ti

    ResponderEliminar
  8. Sua forma me encanta...

    Intensa e bela!

    abraço

    O Branco de Rembrandt

    ResponderEliminar
  9. Improviso para Sylvia Beirute...

    Se quisesse fazer-te uma confidência
    em forma ainda de ensaio
    dir-te-ia que já só saio à rua
    digo de mim
    com as palavras pela trela
    falta-me inspiração para correr
    atrás das palavras velozes
    já reparaste por certo
    que quase não uso maquilhagem
    sirvo-me no osso
    e assim me adio na putrefacção
    todos os poetas que morrem
    apodrecem mais depressa
    nas tatuagens da literatura.

    Ademar
    06.02.2010


    Improvisación para Sylvia Beirute...

    Si te quisiese hacer una confidencia
    en forma eso sí de ensayo
    te diría que ya sólo salgo a la calle
    digo de mí
    con las palabras de la correa
    me falta inspiración para correr
    tras las palabras velozes
    ya habrás notado por cierto
    que casi no uso maquillaje
    me sirvo en los huesos
    y así me aplazo la putrefacción
    todos los poetas que mueren
    se pudren antes
    en los tatuajes de la literatura.

    Traducido por María Alonso Seisdedos às 00:44

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  10. neste blogue todos os poemas são muito bons. raro isso.

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  11. Viva
    gostei muito do poema, e de todo o blog. Quem sabe um dia posso ilustrar um dos teus poemas com uma imagem.
    Cumps.

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  12. Surreal querida, o imaginário a nossa disposição.
    Bjs

    ResponderEliminar