agradeço a quem se lembrou de mim na homenagem ao Ademar, na passada semana, e leu o meu poema Açúcar-matéria. recordo aqui o seu Improviso para Sylvia Beirute, que continua a inspirar-me, e como que gravou para sempre uma bela amizade.
IMPROVISO PARA SYLVIA BEIRUTE
Se quisesse fazer-te uma confidência
em forma ainda de ensaio
dir-te-ia que já só saio à rua
digo de mim
com as palavras pela trela
falta-me inspiração para correr
atrás das palavras velozes
já reparaste por certo
que quase não uso maquilhagem
sirvo-me no osso
e assim me adio na putrefacção
todos os poetas que morrem
apodrecem mais depressa
nas tatuagens da literatura.
IMPROVISACIÓN PARA SYLVIA BEIRUTE
Si te quisiese hacer una confidencia
en forma eso sí de ensayo
te diría que ya sólo salgo a la calle
digo de mí
con las palabras de la correa
me falta inspiración para correr
tras las palabras velozes
ya habrás notado por cierto
que casi no uso maquillaje
me sirvo en los huesos
y así me aplazo la putrefacción
todos los poetas que mueren
se pudren antes
en los tatuajes de la literatura.
Ademar Santos
tradução para espanhol por María Alonso Seisdedos
... como um vinho seco.
ResponderEliminarAbraços!
É muito bom fazer amigos.
ResponderEliminarJehcardoso do http://jefhcardoso.blogspot.com