CRÍTICA DE POESIA
gostei da distância precoce. da oralidade. da
existência no outono com a grandeza de espírito
de vários sentidos férteis. das horas que aceitam
os tempos verbais como aceita o céu
as nuvens muito brancas.
as nuvens muito brancas.
aboliria os dias que morrem sozinhos e, sobretudo,
as contracções de cor nos desejos por explicar.
surpreendeu-me os bichos sobre os materiais e
o modo como estes reagiram
às suas palavras sem proibições ou desespero;
excitou-me o facto de ele não te merecer
ou alcançar, embora talvez critique que nesse
poema que escreveste, belo como aquilo que
não pretende iluminar o futuro, haja
claramente um problema de auto-representatividade,
um não estar em todos as faces, em todos os vértices,
em todos os fogos abertos,
em toda a esterilidade solúvel de todas as geografias
involuntárias e invisíveis às derrotas dos olhos.
Sylvia Beirute
inédito
que lindo!
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