Subscribe

RSS Feed (xml)

Powered By

Skin Design:
Free Blogger Skins

Powered by Blogger

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Um poema de Sylvia Beirute - Crítica de Poesia


























CRÍTICA DE POESIA

gostei da distância precoce. da oralidade. da
existência no outono com a grandeza de espírito
de vários sentidos férteis. das horas que aceitam
os tempos verbais como aceita o céu
as nuvens muito brancas.
aboliria os dias que morrem sozinhos e, sobretudo,
as contracções de cor nos desejos por explicar.
surpreendeu-me os bichos sobre os materiais e
o modo como estes reagiram
às suas palavras sem proibições ou desespero;
excitou-me o facto de ele não te merecer
ou alcançar, embora talvez critique que nesse
poema que escreveste, belo como aquilo que
não pretende iluminar o futuro, haja
claramente um problema de auto-representatividade, 
um não estar em todos as faces, em todos os vértices,
em todos os fogos abertos,
em toda a esterilidade solúvel de todas as geografias
involuntárias e invisíveis às derrotas dos olhos.

Sylvia Beirute
inédito

1 comentário: