MONDRIAN FALSO
café às dez da manhã, porque outro início me
não ocorre agora neste lastro de fome e o escrito
deve começar, aqui numa londres primitiva
onde a transparência duplica a memória,
a inocência mata de olhos muito claros e em toda
a parte vê mondrians falsos; aqui onde
a raiz expande até ao caudal do quando-exílio
e o sistema do corpo e respectivo pulso preliminam
a máscara infinitiva inconjugável com as coisas da arte.
às nove da manhã, antes da medula que agora existe
e que me afasta o corpo do sentir mais sedentário,
alguém me acordou com uma palavra hirsuta-
-mente insana e tão sem esperança
que me pareceu ter nascido de costas voltadas
para qualquer um dos seus significados.
Sylvia Beirute
inédito
Ou alguém que nasceu com as asas abertas, livres para voar!!!
ResponderEliminarLindos versos!!!
Beijos