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sábado, 24 de julho de 2010

Um poema de Sylvia Beirute - Revólver



















REVÓLVER

                                        {ao josé ferreira}

por fim: entre desejos lindos, estrita-
-mente prováveis, e contra-impulsos no
dorso, dia sim dia não, como que 
numa mistura clássica e fascinante,
substituo o corpo na competência 
de parir o tempo que resta 
no rebentar das águas de um 
instante principal em forma de 
edema e américas;
e entre desejar e não desejar, o vazio 
de cordas deseja e consegue: a certeza
de não cabermos numa
única possibilidade, o saber que há
um inverno de grande razão
na carne fria do nosso cesariny,
o ter o coração em riste no diadema 
solitário sob os olhos dos mi-
-nutos emperrados em direcção a meca,
o supor que a morte já
não admite exemplos
e um excesso de memória 
adivinha o futuro.

Sylvia Beirute
inédito

9 comentários:

  1. Um inverno que chega sem razão
    sabendo que o futuro ainda espera...

    sempre me encanto com os seus versos...

    beijos

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  2. gostei muito Sylvia. muito bom!

    beijo
    G

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  3. muito bonito e como toca!

    beijo.

    ResponderEliminar
  4. Realmente muito bom...
    Aliás não só o poema

    A colagem ficou perfeita

    abraço!

    ResponderEliminar
  5. Realmente muito bom...

    Aliás não só o poema...

    A colagem ficou perfeita

    abraço

    ResponderEliminar
  6. Mais um primoroso texto! Vou me seduzindo aos poucos com seu encanto d'além-mar.
    Pela imagem, sei que você se refere ao tabagismo. E se "a morte já não admite exemplos", em se tratando de letalidade, o fim é alcançado tanto por essa arma que mata aos poucos quanto por um revólver ou pela forca.
    Beijo!

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  7. deliciosos os ultimos versos.

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  8. Gosto muito de ler-te, tens o gosto do pouco usual, o sabor indefinido da surpresa do paladar ao novo.
    És uma das minhas preferidas.
    BEIJO.

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