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sábado, 7 de agosto de 2010

Um poema de Sylvia Beirute - Vermelho & Paulo Leminski














VERMELHO & PAULO LEMINSKI

pensar pode ser desejar ser mais forte que o meu desejo.
e exibir o vermelho do meu período, dá-lo
ao objectivo da dúvida interna; e também pode ser retirar
o coração e expô-lo na distância entre o desejo e o seu 
alcance, entre a competência de um exemplo a seguir 
e o ódio de um caminho que ouve uma música 
que não refugia.

hoje não há nada grave pelo meu pensamento calmo 
e os braços internos de que a mente se compõe inesperam
e desconhecem o que me vem e resta.
paulo leminski passou por cá e eu pensei que há muitas
formas de se ser poeta, e que ele as tenha sido todas,
ao contrário de mim e de todos os outros.

e então voltei ao meu desejo.
não desejar não é ser mais fraca que o meu desejo.

Sylvia Beirute
inédito

3 comentários:

  1. Muito BOM!

    "Não desejar, nunca será ser mais fraca"! O vermelho do poema condiz com o todo.

    Um beijo

    Mirze

    ResponderEliminar
  2. muito bonito, o poema!!
    o pensamento na periferia dos desejos, desejando!



    abraço

    ResponderEliminar
  3. De desejo em desejo
    visto as pétalas do amor
    com as centelhas do cansaço
    e, vendo-as cair, uma a uma
    na palidez de um inverno qualquer
    reinvento o prazer de ser,
    a periferia do nada
    no nada periférico de ti,
    longe da vitalidade,
    longe dos sumos ardentes
    que bebíamos, amantes,
    sedentos do mundo que abraçávamos,
    fustigando os paradoxos do alcatrão,
    rails de protecção,
    radares de ilusões,
    e fugas de desejos
    pelos sinais luminosos da vida,
    tédios de tentações,
    e cimentos de sal
    nos arbustros da respiração
    que, ofegante, se perde
    no horizonte de vazio.
    Será solidão?
    Por muito que busquemos a palavra
    ela infiltrou-se nos labirintos
    que nos defrontam
    entre o fogo da morte
    e a morte do fogo.
    Fomos o que fomos
    Jorge Manuel Brasil Mesquita
    Lisboa, 09/08/2010

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