Este poema de Vera L. T. Santos que esta manhã li fez-me lembrar o meu Desejo Infinitesimal. Reproduzo-o.
Que horas tem um coração?
[junto do tronco e da terra onde a luz inventa a ausência]
Que horas tem a tua ausência?
[i.material]
Que horas tem este meu corpo?
[contorno lento, indizível sombra, vento negado]
Que horas tem uma palavra?
[que opacas mãos escavam neste instante]
Que horas tem esta hora em que o choro de um abraço se demora?
[imóvel boca em que a nuvem se desfaz]
Que horas temos nas horas em que somos?
É sempre tarde. Esta vertigem.
[atada às nossas mãos. longe daqui.]
Cardio.grafia
Temas Originais, 2010
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