Subscribe

RSS Feed (xml)

Powered By

Skin Design:
Free Blogger Skins

Powered by Blogger

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

MARIA DO CARMO CAMPOS - POEMAS


















FINADOS

Os mortos passeiam flores pela cidade.

O poema profana novembro na tumba.

o anverso exuma o dicionário.

Precoce

a hortênsia espia a tua jardinagem

Maria do Carmo Campos
em Matinas & Bagatelas


AUGÚRIOS

Dêem-me o poema
como a salada que não sei
preparar
e ele virá
variante da noite
em natais
e serões
da Ursa Maior

Maria do Carmo Campos
em Matinas & Bagatelas


PARA DESCARTES SEM BARTHES

Teu pensar
sistema teu medo
e a ordem
perde de vista
o arabesco.

É que Borges
sem a pátria
esfarela o passaporte.

Com Foucault
Michel atravessa
a Enciclopédia.

Maria do Carmo Campos
em Matinas & Bagatelas


DISPARO

A supercamada da luz
me entredevora
no raio.

Que sei eu de azuis
no brilho?

O minuto me cega
e pressente
o fotógrafo do ar.

Maria do Carmo Campos
em Matinas & Bagatelas


RECADO A WALTER BENJAMIN

No antes e no hoje
aura e ruína
me dispensam.

Maria do Carmo Campos
em Matinas & Bagatelas
.

1 comentário:

  1. Que bom encontrar no seu blogue a poesia da Maria do Carmo Campos. Parabéns, Sylvia! Há tb um excelente poema dela em "O Prisma das muitas cores". Para além de excelente poeta ela é tb uma óptima conferencista e professora. Foi boa esta (re)descoberta. Um abraço

    ResponderEliminar