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segunda-feira, 28 de março de 2011

JOGO - POEMA - SYLVIA BEIRUTE

















JOGO

não tem palavras este poema
se todos entendem este poema
e não é dizendo isto
que tem palavras este poema;
porque as palavras apenas 
servem aqui o propósito
da ausência de palavras 
deste poema.
e já é muito tarde e é difícil:
reconhecer esse silêncio:
o silêncio dentro de um silêncio,
fugindo num outro poema
com excesso de palavras 
de escassos significados.

Sylvia Beirute
inédito
.

2 comentários:

  1. Lembrou Beckett. O poema como a comunicação viverá sempre num impasse insolúvel. E é assim que ele se faz Poema.

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  2. Vou utilizar este seu poema em um trabalho que estou fazendo, sobre formalismo russo. A linguagem poética vai muito além da materialidade textual, a qual eles prezavam unicamente.

    Parabéns, Sylvia!
    Abraços, Lohan.

    ResponderEliminar