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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

SARAH VIRGI- CLAUSTROFOBIA - POEMA

























Incrível como Sarah Virgi, poetisa do Algarve, aos 16 anos escreve tão bem. Como diria José Saramago, "dá vontade de lhe bater". Escolhi o poema que se segue. Apreciem.

CLAUSTROFOBIA

Valsa fechada de contornos poupados
Pelos metros da sala que não se alarga
De cantos subtis e contraídos, nos lados
Acentuada como se lá não estivesse ninguém.

Cada vez mais imóvel, a valsa agora
Dançando pela fundura alta, sem saída,
Onde as paredes deixam de ser brancas, a hora
É interrompida pela música que se esquece
De tocar e o passo cada vez mais convida
Os pés a ficar sem responder.

É preciso respirar, desafogar-se do medo,
Esmurrar o tapume cego dos limites,
Gozar cada toque de dedos na nota
Do piano leve, gizando lá fora,
As pautas de uma dança devota
Pela liberdade.

Fracos os que repetem:
Não fales, não grites, não te movas
Enquanto o espaço não o disser.

Sarah Virgi
inédito lido no Intercadências
.

2 comentários: