POEMA DE BENEFICÊNCIA
introduza um colapso numa dúvida. recolha-a por elementos. coloque perguntas ao redor. as respostas situam-se entre tempos verbais. um detalhe apaga-se para dar lugar a outro. a memória como um todo. qualquer força para medir é uma inexpressão na arte. não há um só caminho aberto em direcção a um caminho aberto. imperdibilidade é um modo feio de beleza. as coisas mais belas são decíduas porque não assíduas. como aquele fragmento de biografia sem palavras que procura corporalidade no texto. o seu instinto difásico é como um diálogo em que as duas linguagens se friccionam e encontram como que numa orla central em que tudo o resto se autopune até à morte, ficando um quadro de órgãos estrelados. quem entrou aqui introduziu um colapso numa dúvida, recordo. quem tem dúvidas não morre verdadeiramente. recolher elementos de dúvida é uma ocupação como qualquer outra. os ocupados não morrem. a estética escultural do olfacto é mais importante do que as auto-estradas. por isso, vá a pé na imaginação férrea do silêncio. cheire a paisagem que se absorve lentamente ao fundo e que rasga com ternura a ternura do céu de outono. não ande demasiado. quanto mais andar mais esperança surge. surgir esperança é surgir um espelho, e um espelho é difuso apenas na interioridade. intimidade. é como o poema. o poema que mudou. que se deslocou até aqui porque fez uso das possibilidades, probabilidades, matemáticas e deslumbres que a arte oferece. ontem, quando o visitei, o poema era literatura. hoje é mistificação das bases. e ter um pensamento único, convenhamos, é a fruição da vanguarda. a vanguarda converte porque gera metades de tudo o resto. e tudo o que é metade se perde.
Sylvia Beirute
inédito
sylvia,
ResponderEliminarde quando todas as metades (seja lá quantas forem) se acham.
sempre é bom te visitar.
abraços do
roberto.
a espera valeu a pena.
ResponderEliminarOlaaaaa. Adorei seu blog, beijos e muita luz..Vou seguir vc ok?
ResponderEliminarquem é curioso não morre de verdade. adorei isso. como uma fórmula para a eternidade.
ResponderEliminarconvite para a seguir a história de Alice
ResponderEliminarlá no ...continuando assim...
bj
Teresa
adorei.
ResponderEliminarAudemir Leuzinger
quanta beleza! um beijo de uma poeta carioca.
ResponderEliminaras coisas mais belas são decíduas porque não assíduas.
ResponderEliminarLindo, moça.