Sempre me interessou a tradição dos poetas líricos apesar de a minha poesia só levemente o focar, como explico melhor neste texto sobre o tempo na poesia. No outro dia li uma nota biográfica de Kim Chi-ha, poeta sul-coreano que esteve alguns anos preso por ter sido um opositor ao regime do seu país, e interessou-me o lado lírico do mesmo, com uma leveza e um sentido nostálgico contagiantes. O recorte de jornal que acima coloco é de 11 de Dezembro de 1980. Sinais dos tempos.
NINGUÉM
Daqui
por toda a estrada
ninguém.
Acima de um negro
cintilar, numa ponte
de pedra onde a luz da lua colapsa,
nesta casa estranhamente bela,
com nunvens e respiração,
ninguém.
Escuro,
O místico de um sonho antigo
nos meus limbos torcidos e confusos
pela moeda que gira
à volta da lua
às escuras.
e na estrada fugindo
de mim
morrendo
num cérebro tingido de azul,
ninguém.
Versão de Pedro Calouste
.
A poesia oriental me fascina, Sylvia. Vou procurar mais do poeta. Abraço.
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