MORTE SÚBITA
não quero morrer às vezes.
quero morrer em bloco
mas também
não quero que seja entre
não quero que seja entre
o espaço e o tempo
porque entre o espaço
e o tempo
não há um para sempre,
nem nunca houve.
Sylvia Beirute
inédito
.
Poemas de Sylvia Beirute
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Um hífen, à revelia do acordo ortográfico, resolverá um dia (e que esse dia esteja muito longe) a questão levantada pelo poema do "(...) entre//o espaço e o tempo//(...), com o espaço-tempo, para sempre.
ResponderEliminarBelo poema.
Muito bonito.
ResponderEliminarhttp://chegadessaudade.blogspot.com/2011/03/forca-do-chao-no-ceu.html
Nunca chorei tanto, Sylvia, nunca...
ResponderEliminarmeu Pai, que era e inda é meu solo numa porção de coisas, morreu em 1998, e(após vírgula na garganta, no papel, no papelão...) nunca, inda eu, nunca havia chorado tanto...
A Senhorita acabou de arrancar da minha garganta, muitos soluços entalados!
...e nem pra emprestar um lencinho!
beijo.
Casualmente, o primeiro que vou traduzir hoje, Sylvia:
ResponderEliminarImproviso sobre o espaço e o tempo...
Tempo e espaço
o tempo que mingua da eternidade
e o espaço infinito
que só não cabe no coração falível
o tempo emagrece nos astros minha amiga
e o espaço tem a forma de uma cela
sem grades
esse tempo que já não me pertence
esse espaço que adoeceu mortalmente nas minhas mãos.
Ademar Santos
13.10.2007
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