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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

DOR - POEMA - SYLVIA BEIRUTE

























DOR

incorpora os erros 
que de ti saem e se transformam em ideias suspensas
levemente no lado esporádico da fraqueza 
e da força de uni-las 
vértebra por vértebra; tu és todas as frequências 
que sentes, tens o rosto de um samuel beckett sensível 
à tua sensibilidade, aprendeste a falhar
como forma de interpretação, como transformação 
da matéria-segunda de perguntas e questões.
lê o teu corpo, lê as tuas palavras de aluguer,
reincorpora os erros que de ti saem;
usa a tua dor como marca de um mapa:
indicar-te-á em que beleza interior existes,
por que continuação te espraias.
e depois regressa e diz pedaço ou prozac ou nova 
iorque, ou infinito azul de uma nuvem assimétrica.

Sylvia Beirute
inédito

2 comentários: