POEMA EM LONDRES
quem aconteceu em todas as cidades,
aconteceu-se na mesma
definição de si mesmo;
somente mais madura, porventura
mais sóbria.
e agora o amanhã de londres
corta a minha tarde, escrever
esta resolução é um
subterfúgio do dia de hoje.
e quem me encostou ao fim do dia
de todos os dias
foi sempre uma lembrança de uma
cidade que nunca existiu,
uma cidade com dezenas de definições
de mim mesma
onde o dia se passa abrindo
invólucros e caixas, felicidades
combinatórias no revérbero
de minha cópia débil,
uma consciência atrasada
ao seu próprio acto consciente.
Sylvia Beirute
inédito
.
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Belíssimo, Sylvia!
ResponderEliminarBravo!
Um abraço
seus poemas são sempre surpreendentes.
ResponderEliminarneste por exemplo caberiam dezenas de definições, mas ele não cabe em definições,ele vai além delas...
um abraço
G