ABRES A LATA E ABRES O MUNDO
abres a lata e abres o mundo abres a lata e abres
o mundo abres a lata e abres o mundo e continuas e
abres a lata e abres o mundo um tom claro de nuvens
e vestidos de águas por todos os momentos que
esqueces e esqueces e esqueces e esqueces e dizes
bom dia bom dia bom dia bom dia a quem passa
pelo teu tom de voz fino como uma abelha que voa
monumental na tua pergunta de ângulos rectos e o
mundo também te formula questões sem perguntar
e tu emerges do teu corpo como qualquer medo
tu és o teu medo e continuas a abrir a lata e abres
o mundo e abres a lata e abres o mundo que ainda
se fecha na tua lata vazia que abre o mundo.
Sylvia Beirute
inédito.
Prosa repetitiva, tal como o mundo é, em formato de poesia que nos abre à lata de um amor que não se fecha aos olhos do mundo que se fecha numa lata.
ResponderEliminarJorge Manuel Brasil Mesquita
Lisboa, 15/12/2010
muito envolvente este poema. a qualidade do costume.
ResponderEliminarCom o carimbo "Bom".
ResponderEliminar