O AMOR
Se chovesse (sempre) trezentos e sessenta e cinco dias por ano,
e as nuvens no céu se repetissem na cor,
na forma, na velocidade, e na lentidão;
e se o sol permanecesse robusto e alto, constante
como o último andar de um edifício (bem construído),
de calor assim assim mas repetindo assim assim
de calor da véspera;
se o mau e o bom tempo fossem uma linha única,
paralela aos dias; se o verão e o inverno
em vez de dois fossem um,
como uma pedra é um, e uma árvore é um,
se, enfim, quem amas permanecesse amado por ti,
hoje exactamente como ontem,
e daqui a trinta anos exactamente como hoje;
então não existiria o tempo,
e os relógios de pulso seriam pulseiras ruidosas,
mecânicas de mais para estarem tão próximas da mão
capaz de tocar com leveza.
E se não há tempo
.........................não podemos trair.
Gonçalo M. Tavares
em "1"
.
Se o amor não fosse exaustivo
ResponderEliminargostaria que ele não fosse tão cansativo,
em palavras,
em ritmos parados de transições,
em ramos incertos,
onde os seus frutos
são vagens flutuando no vazio
de uma canseira.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Lisboa, 14/12/2010
¿Sabéis si existe traducción al castellano de este poema de tan magnífico escritor? Gracias
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