texto de Pedro Ayres Magalhães
Anamar & Telma apresentam uma linha de arte conceptual afirmando uma veemente declaração de identidade para esta colecção de primeiras obras, fruto de quatro anos de reflexão e oficina.
São uma colecção de esculturas murais que nos observam e não nos escondem a sua complexidade essencial, atraindo o seu interlocutor a descobrir mais coisas sobre cada uma delas.
Sentimos duplamente a sua intrigante presença, ora como objectos ora como entidades, já que nos encontramos diante de uma obra que é caixa fechada e que é projecção do seu conteúdo.
O título de cada uma destas esculturas nasce do universo semântico de uma canção escolhida pelas artistas no universo do rock, da pop, da canção, do jazz e dos blues, na noite cosmopolita.
A canção é a fonte, e o seu manancial de sentidos sociais e significados expressos determina a escolha do título da obra plástica, a escolha dos materiais utilizados, define a cor, a forma, o ambiente da peça e a escolha da jóia que encerra.
As esculturas mostram-se vivas ao presumirmos vida pensada no verso da canção que as inspirou e ao emanarem luz através de uma lente esférica através da qual podemos observar os reflexos dinâmicos e as distorções da peça de joalharia – um anel – que cada uma contém.
Essa meia esfera iluminada é pupila de um olho que vê e desafia quem passa a olhar para si, é caixa que esconde e revela o seu tesouro.
EXPOSIÇÃO BLOOMART NA CORDOARIA NACIONAL, LISBOA | 10 FEVEREIRO > 17 MARÇO
Inauguração 10 Fevereiro, 22h
.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário