PEDRA DA LUA
o imperfeito gela: o retrato. a pintura desfalece,
as cores deslizam. formam um outro.
há transferência de imperfeições, de ninguéns que
iniciam plantas, maneiras de menstruar
chão e boca equilibrando tarde de mais
a fala dos espelhos.
e o passado torna-se futuro ao perder a sua força.
o presente ressente-se no coração sem reserva
do seu exercício.
o imperfeito gela. reflecte devagar. veste o
chamamento na cauda dos gatos, no jardim
de uma beleza de som e mistério.
e tu tens a tua pedra que pertence ao teu corpo.
e nada mais importa
senão a germinação inaugural da sua lua.
Sylvia Beirute
inédito
.
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