MAPAS
a segurança do cabelo é uma montanha
de mapas
e eu posso dizer isto assim
assim sem pedir desculpa pela cor
mais intensa do poema
desculpa pela devoção a uma realidade
inesgotável
e eu não sei --- não sei se o corpo
suporta as palavras que têm
uma sobrevivência muito posterior
um quarto de século
como sensação hereditária
ritualização da perda intacta do mundo
hoje
----------- hoje -----------------
apetece-me mandar-te à merda
para ser feliz amanhã
com a segurança de todos os mapas
escondidos no meu cabelo.
.
Sylvia Beirute
inédito.
*A fotografia é de Jakez Daniel
.
poesia de outro patamar. sei do que falo. bjs
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