NO ENTANTO
tão especiais os homens de acção
e esta liberdade de poder alongar o verso até ao extremo sem ter de prestar contas ao Criador,
sem ter de ser realmente especial.
e é concebível que um desses homens
venha parar a este meu jorro, à ousadia
de ter certezas muito desenvolvidas, certezas, também elas,
até ao extremo absoluto da personalidade colectiva, às
decisões pelos velhos hábitos.
se assim é, meus senhores: sentem-se, bebam um café
que o meu próximo poema servirá com as leis
da consciência já alteradas, com encontros fora de prazo.
para já: entretenham-se com os meus olhos
e corrijam o que entenderem.
Sylvia beirute
inédito
Corrijam não!!!!
ResponderEliminarCorrijam nada!
VEM VER
ResponderEliminaros olhos olhavam
e o olhar neles entretido
entretinha-se a olhar
deixando a superfície
brilhar como se
uma lágrima viesse ver-se
Assim
O VERBO
com a nitidez nula
da limpidez absoluta
não me decidia
olhava possível
cada tropo
até tropeçar assim eu
Mim
Grande Malha!
ResponderEliminarO Olho é uma espécie de globo, é um pequeno planeta com pinturas do lado de fora. Muitas pinturas: azuis, verdes, amarelas. É um globo brilhante: parece cristal,
ResponderEliminaré como um aquário com plantas finamente desenhadas:
Algas, sargaços, miniaturas marinhas, areias, rochas, naufrágios e peixes de ouro.
Mas por dentro há outras pinturas, que não se vêem:
umas são imagens do mundo, outras são inventadas.
O olho é um teatro por dentro. E às vezes, sejam actores, sejam cenas, e às vezes, sejam imagens, sejam ausências, formam, no Olho, lágrimas.
De: Cecília Meireles
Fique bem
Um abraço cá do Algarve - Portugal
não sei se alguma vez já te comentei por aqui... talvez sim, talvez não... as tuas palavras são fantásticas e a forma como as conjugas ainda mais!
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