ASPIRAÇÃO DO GALO SOB O CÉU DE MANHATTAN
Como pragana
os pássaros
desfazendo o azul
da parte mais alta de mim.
Cordatos e plenos
de uma leveza e solitude pelo ar.
Inspecionando nuvens
em ostentação do livre
e pela queda libertando-se
pelas frinchas da abnegação.
Quero tê-los no ventre
em ninhos.
A beligerante serpentina de asas,
essa aspiração do aviador.
O périplo conquistado por um
menino mouro em barcos de papel.
Como pragana
cordatos e plenos
os pássaros.
Enquanto seus desejos planam
sob o céu de Manhatan
- Ó como anseio vossa queda! -
aspiro que chupem tuas asas
em qualquer almoço de domingo.
Flávio de Araújo
(Brasil, 1975)
.
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